Por Nicolas Houle / Le Soleil
No maravilhoso mundo do rock, há discos e lugares místicos... para gravar "The Final Frontier", que será lançado em agosto, o Iron Maiden decidiu regressar ao Compass Point, onde os famosos Piece Of Mind (1983), Powerslave (1984) e Somewhere in Time (1986) tomaram forma. Um novo disco memorável? O guitarrista Dave Murray está convencido que sim!
Os caras do Maiden e o produtor Kevin "Caveman" Shirley mudaram-se dos Estados Unidos para o estúdio localizado em Nassau, não apenas para reencontrar o espírito próprio e particular de suas gravações famosas. Mas também, diz Murray, meio que brincando, para trabalhar sob o sol e assim tornar o inverno mais quente.
"Quando chegamos, percebemos que nada fora do estúdio tinha mudado em 25 anos. Apenas no interior do mesmo, e isso nos lembrou que o tempo tinha passado. Inicialmente, tinhamos reservado o lugar para dois meses e meio, mas acabamos tudo depois de seis semanas. Isso mostra que houve criatividade e espontaneidade no ar. "
Ficção científica? Se a banda se permitiu uma piscadela para o passado, Murray garante que o Iron Maiden não foi ao Compass Point para se afundar em nostalgia. Na verdade, o 15° álbum, que promete ser generoso com cerca de 76 minutos de música, pode surpreender muita gente. 'El Dorado', o primeiro single disponível para download é um vislumbre do que podemos esperar dos músicos britânicos. O sexteto efetivamente optou por várias músicas épicas e progressivas. E de acordo com Murray, a tecnologia vai mesmo fazer uma aparição como um pouco da base, mas apesar das várias referências à ficção científica ou encontros com extraterrestres, este não é um álbum conceitual.
"O lado ficção científica de 'The Final Frontier' está no show que apresentamos, é como se estivéssemos em uma nave espacial, com cenários e luzes. Basicamente, é bem futurista e adere à música e textos. Acho que este é um assunto que continua a fascinar. Mas há peças como 'Isle of Avalon', que trata da lenda do Rei Arthur, de modo que o álbum fala sobre diferentes temas."
Dias ensolarados... desde o retorno do vocalista Bruce Dickinson e do guitarrista Adrian Smith para o Iron Maiden, há 11 anos (eles estiveram ausentes em parte dos anos 90), parece que o grupo já estava muito bem. Certamente, a publicação de material novo foi menor do que no passado, mas o trio de guitarristas, completado por Janick Gers, o ritmo forte e consistente do baixista Steve Harris e o baterista Nicko McBrain, exibem a coesão dos seus melhores dias. Para Murray, que experimentou o período em questão, onde Blaze Bayley assumiu o microfone, é a recompensa pelo trabalho duro.
"Ninguém gosta de mudar, porque a estabilidade é uma forma de segurança. Mas eu acredito que no momento em que estava indo daquele jeito. Bruce saiu, em seguida, Adrian. Hoje é difícil dizer se foi uma coisa boa ou uma coisa ruim termos ficado juntos, mas na época, achávamos que tínhamos de continuar, por isso decidimos continuar e isso nos levou a outro lugar. Talvez isso tenha feito alguns arranhões na armadura, mas não nos matou, nos fez mais fortes."
Os membros Maiden são eternos "globe-trotters". Raramente ficam mais de um ano sem subir ao palco. De fato, como observou Murray que eles tem abrandado um pouco, preferindo tocar um pouco menos e escolher melhor o local onde vão se apresentar, não é uma questão de sair em turnê e manter a sua paixão. Mas parece que funciona, uma vez que os projetos sempre seguem com essa nova preocupação...
Fonte: Cyberpresse.ca