Na sequência publicaremos 3 traduções das respectivas entrevistas que Nicko Mcbrain, Steve Harris e Rod Smallwood concederam ao IMFC - Iron Maiden Fan Club. Confira as perguntas dos fãs e as respostas do baterista Nicko McBrain!
1) Se você não tivesse se tornado um baterista, o que você acha que iria acabar fazendo?
Quando eu era um adolescente eu queria me tornar um cameraman e trabalhar pro cinema. Eu era curioso em saber como eles conseguiram fazer filmes e programas de televisão, e queria ter uma visão dos bastidores. Até mesmo quando você vê meus vídeos tocando bateria no Rhytms of the Beast você vê um monte de câmeras e como eles conseguem as melhores fotos – Eu gosto disso apesar de não ser televisão ou cinema propriamente dito. Então eu acho que provavelmente eu teria seguido essa carreira.
2) Qual foi o seu momento mais vergonhoso da última turnê? Por favor se sinta livre pra revelar qualquer momento de seus colegas de banda também!
Nenhum comentário sobre os outros integrantes porque não consigo lembrar... bem, talvez Bruce tenha alguns quando ele caiu em vários shows hahaha, eu esqueci aonde nós estávamos... mas não foi muito engraçado porque ele se machucou. Ele estava tão agitado, correndo como um fantasma que teve sua cabeça cortada fora, e ele caiu umas duas vezes e acho que isso deve ter sido bem embaraçoso pra ele. O meu momento mais desconcertante... Eu realmente não tenho nenhum fora quando eu erro alguma coisa no meio de uma música, o que acontece quase todas as noites... praticamente todos os shows!
3) Nicko, se você tivesse que trocar os papéis com qualquer outro integrante da banda por uma noite, com quem seria e por quê? E mais importante, quem você deixaria ficar na sua bateria?
Eu acho que seria Harris porque eu sempre amei baixo e a única música escrita por Nicko (em Iron Maiden) é New Frontier e esta foi escrita no baixo. Eu acho que tocando com Steve por 23 anos influenciou a maneira que eu toco, e eu sempre amei esse instrumento então eu acho que trocaria com Steve. Eu certamente não permitiria Steve na minha bateria porque ele não tem a menor idéia do que ele está fazendo lá (fique sabendo que eu não tenho menor idéia do que faria no baixo dele!). Ele tenta, ele já tentou tocar a minha bateria algumas vezes e eu sempre rio, é tão engraçado. Eu acho que Bruce, ele realmente tem uma paixão por tocar bateria então eu acredito que daria uma chance pra ele.
4) Quando você era um músico jovem, você recomendaria tentar desenvolver o seu estilo próprio de tocar bateria (de início) ou assistir vários vídeos dos seus ídolos? Ou talvez tentar alguma combinação dos dois?
Boa pergunta. Definitivamente desenvolver seu próprio estilo. De início, quando eu estava crescendo e aprendendo minha profissão, eu ouvia músicas. Nós não tínhamos DVDs e o que vocês possuem agora (eu não acredito que ninguém tenha tido vídeos educacionais a cem anos atrás!). Eles estão disponíveis, assistam eles e aprendam e então desenvolvam o que vocês aprenderam em seu próprio estilo. Então, uma combinação dos dois é a melhor maneira de trabalhar. Também você pode tocar algumas das músicas que nós tocamos na nossa última turnê em Rockband agora!!
5) Olá Nicko. Qual música é a mais difícil de tocar e que você mais errou?
A mais difícil é provavelmente... é difícil dizer porque nós temos tantas músicas que nós não tocamos a algum tempo. Alexander the Great é um tanto... você tem que estar extremamente treinado com ela para conseguir tocá-la, pois há partes realmente estranhas nela, mas nós nunca tocamos ela ao vivo. Mais recentemente, de um aspecto da bateria Powerslave é bem difícil, várias “Drum fills” (não traduzido), e você tem que “nail them” (não traduzido). Eu não tive nenhum erro muito grande, apenas alguns deslizes e talvez não executava totalmente correta, mas nada que seja um erro muito grande. Nossos erros normalmente acabam fazendo com que perca batidas, ou acelerando aqui e ali... e Bruce esquecendo a letra... HAHAHA. Nada realmente exagerado.
6) Eu já fui perguntado por muitos incrédulos se você usa um pedal duplo e você sempre disse que você não usa. É apenas um é em um pedal. Eu lembro em uma entrevista com Bruce há um tempo atrás sobre você insistindo em não usar pedal duplo para “Where Eagles Dare”. Eu me dei conta que esta é a minha chance de descobrir isso de uma vez por todas. Você usa pedal duplo ou não? E qual o tipo de pedal que você usa? Se você não se importa em responder.
Isso é verdade, eu não uso pedal duplo, é pedal simples. É um DW5000 Accelerator e a única vez que eu usei pedal duplo foi para “Face in the Sand” em Dance of Death. Apenas um tom. Wickerman, músicas desse tipo, Different World... todas com pedal simples – sem trapaça. Dessa mesma forma “Where Eagles Dare”, claro.
7) Olá. Adorável banda na qual você está tocando. Eu queria saber se você irá divulgar o vídeo de 1990 denovo no DVD dessa vez ou talvez algum novo?
Rhythms of the Beast foi um exercício que eu quis gravar um dos meus shows na bateria na época, e isso foi feito. Nós estamos pensando em fazer uma história da bateria, o que terá muitos vídeos... quem sabe. Fazer um vídeo educacional, nós já conversamos sobre isso e eu não estou certo se isso será feito – no “back-burner”(não traduzido) no momento.
8) Como você consegue motivação, quando você tem que tocar um show após o outro com músicas que você já tocou centenas de vezes antes? Quero dizer, para mim que sou um fã, um show é único já que eu estou criando expectativas de ver vocês com meses de antecedência.
Você tem que ter uma paixão pelo que faz. Música é como um trabalho que você tem que gostar (nenhum de nós se sente como um trabalho a ser feito, é uma coisa que nós amamos fazer e somos felizes que possamos vive disso). Então nós temos essa paixão e esse fogo que quando nós subimos juntos ao palco a sensação é como se fosse a primeira vez que nós fazemos um show. Você tem isso no seu coração então quando você entra no palco os fogos já estão acesos dentro de você – esse é o nosso território, aonde nós vivemos, é onde nós amamos estar primordialmente. Nós amarmos fazer álbuns novos também, turnês e tocando para os fãs é a melhor coisa do mundo para nós.
Então cada noite, eu não sei quantas vezes eu toquei Run to the Hills, cada vez que eu toquei com o Iron Maiden nós tocamos Iron Maiden e Hallowed be thy Name, elas nunca envelhecem. Eu faço algumas modificações nelas de um ano para outro e a banda me deixa fazer isso, porque eles sabem que eu sou um “geezer”(não traduzido) louco. Então você continua tornando isso um pouco novo, adiciona pequenos detalhes mas algumas vezes isso vai longe demais e você é avisado – “nenhum Billy Cobham faz isso por favor Nick!”
9) Nicko, por que as mulheres amam tanto você?? Minha namorada faz muito “Tee Hee” (Não traduzido), aposto que ela está envergonhada agora.
Awww cara, você envergonhou mesmo! Escuta cara, eu sou o integrante da banda mais bonito, veja só! E claro, bateristas fazem com ritmo!
10) Olá, Nicko. Nos vários anos que você esteve na banda, houveram muitas mudanças tanto na dinâmica do grupo quanto na produção. Qual você diria que foi a maior mudança na questão da turnê que envolveu e como a dinâmica de Studio (composição, gravação) mudou durante os anos?
Boa pergunta. Durante os anos eu acho que todos nós crescemos um pouco – não muito, mas o suficiente para ter um senso de maturidade quando a nós. Nós sempre fomos bem conscientes quanto à saúde, não digo acordar e ir a academia dos os dias porque eu acredito que duas horas por dia tocando com o maiden é suficiente nesse caso. Nós todos cuidamos dos outros e de nós mesmos, ter certeza que estamos comendo bem e descansando o suficiente. Não usar drogas, pouca bebida – nós todos. Eu irei falar por mim mesmo garotos e garotas, uma boa dose de vinho tinto se alguém quiser um bom Chateau Palma 1975 seria um ótimo presente!
Quanto a banda, isso envolve o que vem e o que não vem da experiência. Isso vai das pessoas que trabalham nos bastidores (técnicos de guitarras, baterias etc), todas as pessoas que fazem as coisas funcionarem... todo mundo, a família inteira. Nós temos sido abençoados nessa questão, temos tido uma família bem consistente que tem viajado conosco pelos últimos quem-sabe-quantas turnês, e isso tem sido sempre legal porque você começa a conhecer uns aos outros e o que funciona e o que não funciona. Você aprende com essa experiência e isso desenvolve.
Quanto ao estúdio, obviamente nós temos usado Kevin Shirley pelos últimos três álbuns e trabalhar com ele tem sido absolutamente praseroso. A diference é que nós tendemos a fazer mais “live tracks done whereas we used to layer them.” (não traduzido) Nós costumamos fazer as faixas do baixo e bateria primeiro, e se a bateria está boa Steve refaz o baixo, então as guitarras podem entrar... todos eles ainda iriam tocar mas nós ficamos “overdub” (nao traduzido). Nós temos “shied away” disso pelos últimos anos, os últimos três albuns especialmente têm sido muito… vivo – essa é a maior mudança.
11) Nicko... sua bateria no Flight 666, como todo mundo percebeu, é fantástica. Nos atrevemos a dizer que é a melhor gravação que eles já fizeram da sua bateria. Sobre as músicas clássicas, nós percebemos que conforme os anos passaram você adicionou ou modificou partes da música. Você alguma vez colocou essas modificações com o propósito de ver como elas irão ficar na música, ou você as vezes apenas acha elas “no ar” enquanto toca elas, e decide mais tarde continuar usando-as?
Se refere a pergunta oito, garotos e garotas. Como manter as músicas sempre novas, eu tento tocar conforme as músicas são mas eu mudo um pouco porque é a maneira que eu gosto de trabalhar.
Para vocês aficionados, se você ouvir as baterias de ’85 Live After Death comparada com o que está agora em alguns clássicos... na verdade escutem Rime of the Ancient Mariner de ’85, é mais ou menos duas vezes mais rápida como nós tocamos na última turnê. Mas isso era antes, e agora é agora, assim como as mudanças na bateria... há mais maturidade, algumas vezes isso ajuda, algumas vezes não, e eu posso dizer a vocês, descansem certos de que se não funcionar eu descobrirei um jeito bem rápido!
Mas então, sobre “pegar no ar”, sim há muito no ar. Algumas vezes se eu decido que eu não vou acertar meu “17 rude cymbal” sobre o direito por um tom que eu possa mudar e fazer um “drum fill” em uma diferente parte do set da bateria ou eu posso colocar isso na “snare drum”... vai muito de pegar no vôo.
Boa pergunta a propósito, eu espero que isso coloque vocês no IronMaiden.com... Eu tenho lido todas as mensagens de vocês sobre essa pergunta e Khan foi você quem começou a levantar essa merda não foi? Muito bom cara, lindo, obrigado todos vocês garotos e garotas aí, se vocês não gostam disso vocês sabem o que podem fazer com isso não sabem?
12) Seria um tanto publicitário, mas o Maiden alguma vez já discutiu fazer um show “no chão” (nota: In the round. É um tipo de show que a platéia fica em torno do palco, no mesmo nível ou superior a ele), sem pano de fundo?
Oooh não, eu acho que não. Não acho que isso vá acontecer algum dia... O problema é, você sabe, que você tem que ver a bunda de todo mundo! Eu olho para elas todos os dias e acredite, você não quer olhar pra bunda deles enquanto eles estão tocando. Garotos e garotas, não é uma visão bonita! Repare que eu não posso ver a minha pois estou sentada nela... então não, nós não faremos isso, sinto muito.
13) Sobre o jogo de golf, pegar e rasgar ou deixar de lado e ficar a salvo?
Oh olha só, você não pode pegar e rasgar a não ser que você tenha um suingue como o Tiger Woods ou Phil Nicholson ou um dos meus jogadores de golf favoritos Mr. Nick Faldo, você não pode pegar e rasgar... você tem 220 jardas sobre a água e um par de 5... desista filho! Chegue perto e faça um “birdie”, pegar o jogo mais curto pois é lá onde está o dinheiro!
14) Bruce disso no Flight 666 que Rime of the Ancient Mariner era a música favorita dele para tocar na turnê – qual é a sua?
Garotos e garotas, vocês deviam saber disso! Se nós tivéssemos uma enquete, provavelmente 99% das pessoas iriam acertar! Hallowed Be Thy Name – sempre foi, sempre será. Na verdade, se a banda alguma vez quiser se livrar do bonitão aqui... na próxima turnê se eles não tocarem Hallowed, eu não estarei lá. E Harris sabe disso!
15) Tendo alcançado um ponto da fama e fortuna, você ainda se sente capaz de lembrar dos dias que você não tinha nada além de um sonho e estômago vazio? Eu acho que a pergunta é você ainda está aproveitando tudo o que você conseguiu com a banda tanto quanto você achou que iria quando você estava lutando para sobreviver?
Sem dúvida nenhuma. Claro que você nunca esquece suas origens. E lá aonde todos nós aprendemos nosso caminho tem muitos problemas acontecendo até mesmo hoje onde há pessoas aí fora, tocando nas bandas... você joga a cabeça contra a parede pensando “qual é o objetivo – nós não podemos tocar em um show, não iremos ser pagos...” pessoas se recusam a pagar muito – nós todos sabemos o que é isso.
Eu lembro dos dias, eu me tornei um profissional quando tinha apenas 20, 21 anos de idade. Eu tinha alguns anos de profissão antes de me juntar ao Maiden quando eu trabalhei com pessoas maravilhosas, mas elas estavam se esforçando ao máximo a maior parte do tempo, claro. Se você alguma vez esquece suas origens e decide que é maior e melhor do que deveria ser, qualquer coisa na sua cabeça esta fazendo você pensar que você merece isso – você não merece, ninguém merece isso. É um trabalho difícil, mantenha a fé e se lembre da onde você veio.
16) Você ainda pilota aviões? Se não, quando foi a última vez?
Eu não tenho pilotado aviões por mais ou menos quatro anos. A última vez que eu pilotei estava com Bruce na America, ele tinha um Cessna C21 motor de turbo duplo e ele me deixou pilotar e aterrissar. Nós viajamos sobre Cleverland, Ohio e ele disse “você quer fazer a aterrissagem Nick?” e eu disse “o papa é católico? Claro que eu quero!” Então eu não tenho pilotado por algum tempo, deve ser quartro ou cinco anos atrás.
Eu tenho sentado na cabine com Bruce e algumas viagens eu fui convidado a pilotar o 757 numa simulação por Gatwick com o grande comandante e chefe do Astreaus Airlines, John. Então talvez eu viaje nele nesse verão.
17) Qual é a música mais desafiante de tocar e por quê?
Todas elas têm suas “indiosyncrasies” (?), músicas do Maiden. Mas a música mais difícil da última turnê, para mim, foi Powerslave, por causa da colocação que ela está no set e porque tem uma composição da bateria muito intensa. Ela abre com uma pegada de bateria muito grande, então quase todos os solos indo para o último verso... o tempo volta para a pegada de bateria – se você não tem o jeito é muito difícil de voltar para o último verso. Tem muitos “innuendos” (?) nela que a torna difícil e muito desafiante de tocar.
Fonte: IMBnotícias
Agradecimentos: Daniela (Tradução) e Andrew /IMB ORKUT